Dois carros blindados da Tropa de Choque da Polícia Militar chegaram à Avenida Paulista às 8h30 desta sexta-feira (18) para retirar cerca de 30 manifestantes contrários ao governo Dilma Rousseff e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que insistiam em permanecer na via, que estava interditada havia 39 horas. Foi a primeira vez que a PM usou um blindado com jato d'água para dispersar protesto.
Às 9h, os carros da polícia avançaram com jato d'água e dispersaram os manifestantes que estavam em frente ao prédio da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). O capitão Sérgio Marques, da assessoria de imprensa da PM, informou que apenas uma bomba de efeito moral foi usada.
O protesto começou às 18h15 desta quarta-feira (16), segundo a Polícia Militar, e provocou trânsito na região. No início da manhã, a PM informou que havia cerca de 150 manifestantes e dez barracas no local.
O G1 não viu nenhuma pessoa ferida e a Polícia Militar também não tem registro de feridos. Os manifestantes ficaram molhados e um grupo seguiu protestando na calçada. "Só quem está molhado pode opinar", disse manifestante sobre a permanência ou não do ato na calçada.
Também houve vandalismo na ciclovia da Avenida Paulista que foi pichada durante a madrugada e manhã desta sexta-feira (18), durante a manifestação.
Pouco depois da liberação, cerca de 20 pessoas que estavam na Paulista interditaram a Avenida Nove de Julho na altura da Alameda Itú, sentido Centro.
Esta marcado para esta tarde, na Paulista, um protesto de apoio a Lula e Dilma.
O aposentado Luiz Motta, de 64 anos, aparece sem camisa na linha de frente dos manifestantes que decidiram não sair por conta própria da Avenida Paulista. Ainda trêmulo, ele conversou com o G1 após a retirada pelo Choque. "Tacar bomba num cara de 64 anos com a bandeira do Brasil? Não tem necessidade, era pouca gente".
O aposentado disse que a cena o fez lembrar da década de 60, na ditadura. "Lembro do Coronel Erasmo Dias em cima de um jeep do exército, mostrando força, perto do Largo S&atil