O Papa Francisco pediu neste domingo (21) uma proibição mundial da pena de morte, afirmando que o mandamento "não matarás" é válido tanto para os culpados quanto para os inocentes.
Falando a dezenas de milhares de pessoas reunidas na praça São Pedro, o papa também pediu para os católicos trabalharem para a interrupção de qualquer execução durante o jubileu da misericórdia, que se encerra em novembro.
“Faço um apelo à consciência dos governantes para que se chegue a um consenso internacional pela abolição da pena de morte. E proponho àqueles que são católicos que façam um gesto corajoso e exemplar: que nenhuma condenação seja realizada neste ano santo da misericórdia”, afirmou o Papa Francisco.
Papa x zika
Nos últimos dias, o Papa Francisco fez comentários sobre outros assuntos polêmicos do ponto de vista da Igreja Católica.
Na quinta-feira (19), disse que o uso de contraceptivo para evitar a gravidez quando há risco de contaminação pelo vírus da zika é aceitável. O comentário foi feito durante conversa com jornalistas no avião papal, durante a viagem de volta do México para o Vaticano (Veja abaixo o posicionamento do Papa sobre o assunto).
Para o Papa, "evitar a gravidez não é um mal absoluto" diante do risco de contrair a zika, doença que pode causar a microcelafia em bebês. O assunto é tabu para os católicos, mas muito importante para América Latina, continente com a maior base de fiéis da Igreja e que possui o maior número de casos de zika.
Ele lembrou que não é o primeiro Papa a defender o uso de métodos anticoncepcionais, pois o Papa Paulo VI autorizou, nos anos 1960, que freiras vítimas de estupros na África usassem métodos para evitar a gravidez. O Papa Francisco, porém, fez questão de separar contracepção e aborto, que, para ele, é crime, "o mesmo tipo cometido pela máfia".